Arthur Luiz Piza nasceu em 13 de Janeiro de 1928 em São Paulo. Aos 7 anos, um grave acidente de carro o isola da vida das outras crianças e da educação tradicional. Ele recebe aulas particulares, lê muito e um dia ganha um livro sobre Van Gogh. Ele copia as imagens e decide então que seu universo será artístico.

Ele deve sua formação inicial ao pintor Antonio Gomide, que lhe ensina as técnicas de óleo sobre tela e afresco. Deve à ele também o encontro com aquela que se tornará sua mulher: Clelia Dente segue então igualmente os cursos no ateliê do pintor modernista. Casam-se pouco depois, em 1949. É assim juntos que ganham Paris em 1951, onde acabam se estabelecendo.

Arthur Luiz frequenta artistas de diversos horizontes e disciplinas, de Nicolas de Staël a Zao Wou-Ki, tece amizade com expatriados como os argentinos Julio Le Parc, Luis Tomasello, Horacio Garcia-Rossi, Antonio Segui ou Roberto Matta, ou os brasileiros Sérgio Camargo, Lygia Clark, Sérvulo Esmeraldo e Flavio Shiró.

É com Le Parc, Matta, Tomasello e Garcia-Rossi, Krasno, Noé, Varnarsky, Maza, Novoa, Gamarra Netto, Ravelo, Guzman, que Piza funda o Espaço Latino-Americano em 1980, cuja presidência ocupou por seguidos anos.

O engajamento vinha de longa data: o casal Piza foi uma das âncoras de uma rede de solidariedade para com os exilados brasileiros que pediram asilo na França após o golpe de 64. A tradição de hospitalidade perdurará bem além do período da ditadura: muitos são os jovens artistas tendo ido a Paris – para estudar na Escola de Belas Artes ou simplesmente a passeio – que podem testemunhar do calor da acolhida encontrado junto ao casal.

No ateliê, a pintura e a gravura nunca deixaram de se alimentar mutuamente ; e  Arthur Luiz  – pesquisador e poeta, ao mesmo tempo que gravador, pintor e escultor – nunca deixou de se renovar.

As exposições internacionais se sucederam, pontuadas por inúmeros prêmios: Grande Prêmio Nacional de Gravura na Bienal de São Paulo em 1959, Prêmio David Bright de Gravura na Bienal de Veneza em 1966, Medalha de Ouro de gravura na Bienal de Florença em 1970, Prêmio de gravura na Bienal de Cracóvia em 1970, Prêmio de gravura na Bienal de Porto Rico, em 1990. Recebeu o titulo honorifico de Chevalier des Arts et des Lettres.

Incansável explorador dos mais diversos materiais – do papel a porcelana, do cobre ao capacho de sisal – ele é autor de uma produção que vai do pequeno formato à estruturas que se impõem no espaço público.

Arthur Luiz Piza faleceu em Paris em 26 de maio de 2017, aos 89 anos.