Clelia Dente nasce em São Paulo em 16 de Julho de 1931.

Foi seguindo um curso no atelier do pintor Antonio Gomide que a jovem Clélia – então 17 anos – conheceu Arthur Luiz. Casaram-se pouco depois, em 1949, e juntos foram para Paris em 1951, sem intenção de lá se estabelecer. “Fomos ficando, nos adaptando e sendo adotados”,  gostava de lembrar.

Na década de 1960, Clélia Pisa – sobrenome grafado com um S, para melhor dissociar sua carreira profissional da do marido – trabalhou como correspondente do jornal O Estado de São Paulo. Consolidou em seguida uma importante carreira como consultora de grandes editoras francesas e fundou – ao lado de Alice Raillard (consultora literária das editoras Stock e Gallimard, tradutora de Jorge Amado, Raduan Nassar, Darcy Ribeiro, João Ublado Ribeiro) e Maryvonne Lapouge-Pettorelli (tradutora de Guimarães Rosa, Lygia Fagundes Telles, Mia Couto, entre outros) – a agência literária ALIA.

Ela escreve prefácios para edições francesas de Mario de Andrade e Clarice Lispector. A ela também se deve o renovado interesse pela obra de Carolina de Jesus (cujos escritos haviam sido publicados pela imprensa no final da década de 1950, desaparecida dos radares desde então). A encontramos como tradutora dos Atos do colóquio “Imagens recíprocas do Brasil e da França” (Collection Travaux et Mémoires de l’IHEAL n° 46, 1991) – ou ainda, ao lado da jornalista Rosa Freire d’Aguiar, nos agradecimentos do livro “Lucio Costa, testemunha e ator” (Jean-Loup Herbert, Publicações da Universidade de Saint Etienne, 2001).

Clelia faleceu em Paris em 17 de Agosto de 2017, aos 86 anos.